quinta-feira, 17 de julho de 2014

“ O MODELO DOS MODELOS”
                                                             Italo Calvino por Ciléia Honorato

Em muitos momentos de nossa existência buscamos construir padrões do que julgamos correto, aceitável, belo... Buscamos padrões para tudo, o que se encaixa no modelo nos quais criamos se torna perfeito e o que não é descartável, desvalorizado no primeiro olhar. Estereótipos, encaixes, modelos caixas, julgamentos, padrões, enfim, escravizado por paradigmas que nem ao menos questionamos, ou tentamos fugir desta enxurrada de regras, regras ,regras... perdidas na memória mas presentes nas ações.
 O padrão é que não existe padrão, a regra é que não existe regras. Pessoas são pessoas e o referencial de humanidade que nos faz jus de sermos denominados humanos é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. Se assim fizermos saberemos que o padrão não existe, cada um é padrão para sua própria  existência. A linha tênue que nos põe no mesmo barco é que somos pessoas  e só isso.
Entrar neste mundo das diferenças é quebrar o modelo de mente e de pessoa. É considerar a diferenças é vivenciar as deficiências como traços de personalidade que nos define e nos compõe. É aceitar a realidade e esquecer-se de tudo que aprendemos no que se refere a pessoa. É recomeçar refletindo sobre nossa própria existência que é diversa.



segunda-feira, 9 de junho de 2014

Comunicação alternativa e tecnologia assistiva para alunos com Transtorno Global do Desenvolvimento


A linguagem tem papel essencial no desevolvimento humano, pois,permite a a quisição de sistemas simbólicos para desenvolver habilidades interpessoais e o pensamento (Vygotsky,1998).Para o aluno com Transtorno Global do Desenvolvimento, que apresentam déficits no desenvolvimento da linguagem, interação social e problemas comportamentais, os sistemas de comunicação alternativa e aumentativa junto com a tecnologia assistiva, podem ser recursos importantes para a promoção de seu desenvolvimento. Segue abaixo sugestões para o uso da CAA e TA.

  1. Título da atividade: Uso de CAA e TA para o desenvolvimento da linguagem, interação social e comportamento.
  2. Público alvo: aluno com TGD
  3. Local de utilização: qualquer local de acesso permanente do aluno.
  4. Descrição da atividade: utilização de tecnologia assistiva (cartões e símbolos). Apresentação do símbolo; representação escrita; funcionalidade do símbolo; utilização do símbolo para orientação de ações diárias e utilização do símbolo para representação de conceitos.
  5. Intervenções: o simbolo deve ser sempre significativo para o aluno; após aquisição de uma habilidade passar para outra com grau de dificuldade maior; insistir na aprendizagem utilizando o símbolo em vária situações da voda do aluno.
Exemplo CAA e TA  e como podem ajudar:


Nesta atividade temos um processo de alfabetização com TA e CAA através de transferência e sobreposição de letras (vogais).
Na figura temos exemplo de como a CAA e  a TA podem ajudar no processo de alfabetização através de  formação de frases.
Esta agenda com atividades da semana, trabalha as três áreas(linguagem, interação e comportamento). Nela podemos explorar escrita, símbolos, interação social através de atividades comuns com outros grupos e comportamento, pois a agenda diminui a rejeição de atividades pelo aluno. A agenda pode ser usada com atividades de sala de aula, diminuindo as crises de birra e comportamentos inesperados.
Nesta prancha de comunicação mais elaborada trabalhamos comunicação e interação onde o aluno já familiarizado com os símbolos pode escolher qual alimento quer. Esta prencha pode ser usado com outras atividades além de alimentos.

Nesta atividade  TA e a CAA  auxiliam na aquisiçao de conhecimento curricular e pedagógico. Usamos partes do corpo humano, mas podem ser usadas com outros temas.
Nesta atividade, usamos  figuras e escrita para selecionar, classificar, enfim , para representação simbólica mais avançada.
Através desta atividade usamos os símbolos para ajudar na interação com o meio, onde as figuras dão dicas para as ações do aluno.


  1. Nesta atividade temos a introdução de uso de cartões(TA e CAA) representando o objeto real. Através desta atividade trabalhamos a aquisição inicial de sistemas simbólicos.


Na ilustração vemos que as figuras podem ser usadas em agendas verticais ou horizontais.


CAA e TA usado em pranchas confeccionadas.




CAA e TA com pranchas virtuais para serem usados em computadores, celulares e tablets.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

SURDOCEGOS E DEFICIÊNCIA MULTIPLA SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

DIFERENCIANDO SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA: SEMELHANÇAS DE ESTRATÉGIAS DE ENSINO

Ciléia Honorato da Silva

Surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades além da junção de duas dificuldades sensoriais. Éuma condição única de impacto de desenvolvimento múltiplo. Independente da quantidade de perda, de grau ou de dificuldades causa problemas de aprendizagem, de conduta, possibilidades de trabalho etc. Traz em si limitações de comunicação, orientação e obtenção de informação.
O termo surdocego é escrito sem hífen para reconhecimento de uma deficiência única, para formação de uma identidade surdocega independente dos deficientes visuais e das pessoas com surdez.
São consideradas pessoas com deficiência múltipla aquelas que têm mais de uma deficiência associada. Ao contrário do surdocego é uma condição heterogênea revelando associações de deficiências que afetam o funcionamento individual e o relacionamento social. No Brasil, a deficiência múltipla só é considerada se há nas associações das deficiência, a deficiência intelectual. Este aspecto diferencia a deficiência múltipla do surdocego, pois a surdocegueira não está atrelada conceitualmente à deficiência intelectual.
Ocorrências da deficiência múltipla: física e psíquica; sensorial e psíquica; sensorial e física; física psíquica e sensorial.
A base diferencial entre surdocegos e deficientes múltiplos está na forma como estes recebem informações sobre o ambiente. Os surdocegos precisam de mediação de comunicação para receber, interpretar e conhecer o que o cerca. Na deficiência múltipla tem-se o apoio de canais sensoriais (visão e audição), mesmo que não sejam usados plenamente,mas são ponto de referência de comunicação com o meio que o surdo não tem.
O corpo a realidade mais imediata do ser humano e que é a partir dele que o homem interage com o mundo e com ele mesmo. Para interação com o meio é preciso que haja comunicação, Portanto, a base  de estratégia de ensino para surdocegos e pessoas com deficiência múltipla é aquela que considera o conhecimento do seu corpo e as formas de comunicação com o meio. Ressaltamos portanto, o conhecimento corporal e a comunicação como ponto comum de referência educacional para surdocegos e deficientes múltiplos.


quinta-feira, 20 de março de 2014

TEXTO DISSERTATIVO SOBRE O TEXTO – EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM SURDEZ – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Ciléia Honorato da Silva

O texto nos diz que o embate político e epistemológico entre os gestualistas e os oralistas deixam as pessoas com surdez em segundo plano e dessa forma, não têm seu potencial individual e coletivo desenvolvidos. A nova política de educação especial no Brasil já não vê o homem fragmentado e separado por diferenças, e isso faz com que as práticas de ensino e aprendizagem busquem caminhos mais consistentes e promissores voltados para convivência e interações. Não dá mais para separar surdos e ouvintes, o problema da educação não é a língua em si, mas as práticas pedagógicas aplicadas nas escolas.
A percepção do sujeito com surdez mudou, agora sabemos que seu potencial neurossensorialperceptivo pode ser estimulado e desenvolvido. Esse sujeito possui identidade e cultura, portanto, a prática pedagógica da pessoa com surdez deve está imersa nas redes sociais, cultura, saberes, singularidades e diferenças e contextos reais.  A tendência de ensino que engloba essas nuances de conceitos de aprendizagem é a abordagem bilíngue, pois esta, insere a pessoa com surdez no contexto multicultural e vai além da linguística quando observa variantes linguísticos como contextos: histórico- cultural, textual, interacional e pragmático. Com isso, é preciso discutir que mais do que uma língua oral ou gestual, o processo educativo deve envolver aprendizagem significativa, condições de mediações linguísticas, desenvolvimento de pensamento, da linguagem e da produção de sentidos. O foco do ensino deve considerar: o potencial natural das pessoas, transformação das escolas, autonomia e independência social, afetiva, cognitiva e linguística.
O Atendimento Educacional especializado para pessoas com surdez segue o foco acima citado, além de considerar o conteúdo curricular como redes interligadas de teoria e prática - Pedagogia Contextual Relacional. Além disso, temos ainda as seguintes características de ensino bilíngue: vivências contextuais, ciclos de aprendizagem, conflitos de aprendizagem, momentos didáticos-pedagógicos: AEE em Libras, AEE para Língua Portuguesa  e AEE de Libras.
A educação pautada na interação tendo em vista a contextualização e a individualidade das diferenças é o cerne da educação para o estudante com surdez.


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sugestão de atividade para deficiência intelectual

 
  1. Gosto muito de atividades lúdicas no processo de ensino aprendizagem, este jogo com a garrafa e as bolas de gude com varetas propõe concentração, atenção e coordenação viso motora bem aprimoradas. A criança com deficiência intelectual geralmente apresenta dificuldades nesta áreas e precisam ser bem trabalhadas. A ludicidade é um fator importante na aprendizagem para que ela esta ação seja prazerosa.
  2.  A atividade com letras e imagens que se representam trabalha principalmente  a associação de imagem e a sua representação através de signos linguísticos. A dificuldade de abstração aparente na D.I consequentemente pede atividades de leitura vinculadas a imagens.
  3.  A atividade de caça palavra traz novamente o jogo e a brincadeira que incentiva e atrai os estudantes. Nesta atividade já se está em um nível já bem elevado de leitura e escrita mas continua a associação de imagem com o nome, a percepção visual na procura da palavra a  reescrita da palavra, se a atividade requer muitas habilidades peça que faça uma de cada vez.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

TA




Estes recursos de TA são acionadores que funcionam apenas com um comando de toque. Sua aplicabilidade é feita tanto para a forma lúdica e estimuladora como vemos na imagem da aranha móvel. Também pode ser aplicada no uso de computadores, substitui o mouse que exige habilidade de coordenação motora fina precisa. A ampliação da habilidade funcional ocorre na comunicação, para aqueles que não podem fazer uso da comunicação através da fala e tem dificuldades motoras para escrita.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ciléia Honorato da Silva
          O papel do professor do AEE na SRM é de trabalhar com intervenções pedagógicas as dificuldades encontradas em cada estudante oriundas de sua deficiência, promovendo apoio material para desenvolver-se. Também é papel do professor observar e explorar as potencialidades de cada criança. Além destas funções básicas, é importante orientar as famílias sobre o desenvolvimento de seus filhos e trabalhar junto com o professor da sala regular para que possam juntos desenvolver um plano de intervenção eficaz no desenvolvimento integral da criança.
          Para que o professor da SRM desenvolva eficazmente seu trabalho, é preciso de informações que irá nortear seu trabalho e ações, para isso, é necessário que o professor tenha em mãos o estudo de caso. O estudo de caso são informações importantes e indispensáveis sobre a criança. Nele contém informações sobre sua família, as fases de seu desenvolvimento, sua participação na escola, seu processo e nível de aprendizagem, suas dificuldades e potencialidades, sua relação com a família e com a escola, seus dados pessoais, seu histórico escolar,suas características psicológicas, enfim um retrato completo da criança. Com ele podemos traçar um caminho de intervenção pedagógica, delineada pelas informações contidas no estudo de caso. Portanto, sem estudo de caso, não há caso, muito menos o que fazer.

        O plano do AEE surge do estudo de caso, ele serve como um plano de ação baseado nas informações do estudo. Com o plano do AEE podemos traçar estratégias, atividades, delinear objetivos, observar que material eu posso utilizar em meu trabalho de intervenção. O plano nos orienta enquanto organização de atendimento, nele vamos saber passo a passo que ações vou promover, como fazê-las, o que vou precisar como recursos. Podemos chamá-lo como plano estratégico de ação para trabalhar as dificuldades encontradas pelo estudante. O plano é delimitativo enquanto objetivos a serem alcançados, é orientador enquanto atividades a serem realizadas, é estrutural enquanto etapas a serem seguidas. Enfim é o caminho que precisamos para chegar em nosso objetivo: desenvolvimento da aprendizagem.